Eu gosto de linguagem metalinguística
Falar da palavra
Escrever sobre escrever
Poetizar a poesia
Até que a poesia faça o poeta
Me assento sobre eternidades
Porque a beleza da vida
É atemporal e transcendental
Sou arauto do tempo
Que foi
Que é
e ainda será
Roldan Alencar
segunda-feira, 27 de julho de 2015
domingo, 26 de julho de 2015
DIÁLOGO DE UM DIA QUALQUER
Não faça isso!
Você não tem mais idade para tanto...
Você pensa que está no jardim de infância para se lambuzar com tintas?
Vá logo para o sofá assistir TV!
Você quer tocar violão?
Deus me livre, você tem os dedos curtos e entrevados
Não quero barulho aqui não...
Correr?
Agora você acha que é o Forest Gump?
Só falta querer ajudar os necessitados
É muito trouxa mesmo
Ensinar?
Você é louco?
Não sabe quase nada e ainda quer ensinar
Francamente, me cansei de você
Vá procurar algo produtivo para fazer
E vê se me deixa em paz
Roldan Alencar
Barretos 24-07-15
Você não tem mais idade para tanto...
Você pensa que está no jardim de infância para se lambuzar com tintas?
Vá logo para o sofá assistir TV!
Você quer tocar violão?
Deus me livre, você tem os dedos curtos e entrevados
Não quero barulho aqui não...
Correr?
Agora você acha que é o Forest Gump?
Só falta querer ajudar os necessitados
É muito trouxa mesmo
Ensinar?
Você é louco?
Não sabe quase nada e ainda quer ensinar
Francamente, me cansei de você
Vá procurar algo produtivo para fazer
E vê se me deixa em paz
Roldan Alencar
Barretos 24-07-15
quarta-feira, 22 de julho de 2015
ACALANTO
Acalanta meu coração
Não diga nada
Apenas se aproxime
Sei que na presença
Do seu silêncio
E na ternura de seu olhar
O ruído da minha alma
Torna-se suave sinfonia
Roldan Alencar
Barretos-SP
22-7-15
Não diga nada
Apenas se aproxime
Sei que na presença
Do seu silêncio
E na ternura de seu olhar
O ruído da minha alma
Torna-se suave sinfonia
Roldan Alencar
Barretos-SP
22-7-15
sábado, 18 de julho de 2015
ENTREABERTO
Céu límpido
Estrelas no céu
Uma flor a desabrochar
Assim estou perante você
Abro minha'lma
É primavera
Mas não penses que estarei aqui pra sempre
Chega o verão e talvez não esteja mais aqui
Mas não venhas pela falta
Pela necessidade
Venhas pela presença
Pelas cores
Pelo aroma
Ofereço-te o meu melhor
Estou entreaberto
Basta empurrar a porta e entrar!
Roldan Alencar
Estrelas no céu
Uma flor a desabrochar
Assim estou perante você
Abro minha'lma
É primavera
Mas não penses que estarei aqui pra sempre
Chega o verão e talvez não esteja mais aqui
Mas não venhas pela falta
Pela necessidade
Venhas pela presença
Pelas cores
Pelo aroma
Ofereço-te o meu melhor
Estou entreaberto
Basta empurrar a porta e entrar!
Roldan Alencar
A arte de ser feliz
A arte de ser feliz
Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
terça-feira, 7 de julho de 2015
LA SANTA MUERTE
A morte está sempre à espreita
Ela pode vir de qualquer jeito
A qualquer tempo
Não respeita credo, sexo ou status social
Vem e toma para si o fôlego de vida
Mas ela tem caprichos
Ela tem muitas maneiras
De tomar de assalto suas vítimas
Sejam bons ou maus
Para alguns cabe a agonia da demora
Outros apenas um instante
A morte causa medo, furor, ira
E amargura
A única certeza do mundo é a morte
Mesmo que exista vida eterna e reencarnação
Esta é afeita a alma
O corpo sempre morrerá
E a morte sempre vencerá
A morte é o maior Deus e Demônio do homem
Barretos 05-05-06
Roldan Alencar
Ela pode vir de qualquer jeito
A qualquer tempo
Não respeita credo, sexo ou status social
Vem e toma para si o fôlego de vida
Mas ela tem caprichos
Ela tem muitas maneiras
De tomar de assalto suas vítimas
Sejam bons ou maus
Para alguns cabe a agonia da demora
Outros apenas um instante
A morte causa medo, furor, ira
E amargura
A única certeza do mundo é a morte
Mesmo que exista vida eterna e reencarnação
Esta é afeita a alma
O corpo sempre morrerá
E a morte sempre vencerá
A morte é o maior Deus e Demônio do homem
Barretos 05-05-06
Roldan Alencar
quarta-feira, 1 de julho de 2015
YING YANG
YING
YANG
O que nos dá vida
Também pode nos tirar
Os olhos que enxergam maravilhas
Podem cobiçar
A mente que cria
Pode nos enganar
O alimento que nos sacia
Pela gula pode nos matar
A mesma mão que cumprimenta
Outrora pode apunhalar
O sorriso aberto de hoje
Pode ser a palavra traiçoira de amanhã
É o velho ying yiang
Todo bom tem seu mal
E assim vai
O lado bom
Se esparrame
E esprema o lado ruim
Até que este não se sinta à vontade
E naturalmente possa nos deixar
QUADROS
QUADROS
Escrevo minha história
Mas não me valendo de um simples lápis que rabisca um papel
Escrevo com a letra do momento
Com capítulos de sentimentos
Outros de músicas
Alguns de contento
Da mais pura felicidade
Outros de lamentos
Que me exigem austeridade
Há espaço para amizades
Para amores
Para o amor
Embora, infelizmente
Eu encontre
Dores
Dissabores
E inimizades
Mas a vida é assim
Se tudo fosse como gostaríamos
Com certeza o mundo mais destruído
Pela luta das vaidades
Escrevo também com as lembranças
Que se esvaem com o tempo
Ah, mas muitas são eternas
Nossa jornada é escrita com acontecimentos
Que são quadros
Na parede da memória
Alguns são bonitos
Outros feios
Mas não deixam de ser quadros
Roldan Alencar
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"Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar."
Clarice Lispector
Depende de quando e como você me vê passar."
Clarice Lispector