quinta-feira, 31 de março de 2011

Enquanto procuro um lugar ou o evito
Minha'lma em nenhum encontra felicidade
Mas com você ao meu lado
É igual a alegria de ir ou de ficar

terça-feira, 29 de março de 2011


A pedra

Caí de um penhasco
Tropecei na pedra da ilusão
Sonhei ser quem não era
E quando acordei não quis
Abrir os olhos

A pedra era de pequena
Proporção
Mas o tombo não se
Media
Senti no âmago a dor
De não ser

Num sonho de um átimo
Sonhei por anos
Pensei em tudo o que fizera
E em tudo que
Eu não fizera
Como pude ignorar
A pedra?

Subestimei a realidade
Repeli pessoas
Vivi meu universo
Singular
Quis não ver a pedra
Esta que sempre
Esteve
Ali
Pronta a me
Derrubar


Roldan Alencar, 29 de março de 2011. Campo Grande-MS

domingo, 27 de março de 2011


¿Te importa?

Você importaria
 Se eu entrasse na sua vida
E te arrebatasse
Com infindáveis abraços

Com beijos e olhares
Únicos e sinceros
Te envolvesse em minha teia
E a cada dia te fizesse
Uma surpresa

Te traria
Sorrisos ao amanhecer
E flores ao entardecer

Nos dias de luta
Lutaria ao seu lado
Mas à frente para protegê-la

Em dias difíceis
Te daria meu ombro
Para escorar
Também
O  tempo e o espaço
Que precisar

Declamaria poemas
E tocaria suas
Canções com devoção
De quem te quer de novo
A cada dia


Seria seu
 Somente seu
De alma, razão e sentimento

Roldan Alencar, 27 de março de 2011. Campo Grande-MS

sexta-feira, 25 de março de 2011

Her Morning Elegance

       Oren Lavie é um músico, compositor e diretor teatral israelense radicado nos EUA. O seu clipe musical "Her Morning Elegance" se tornou popular não por acaso. Trata-se de um envolvente vídeo em stop motion agregado a uma bela música. Confira também seu último CD The Opposite Side of the Sea. Fica a dica. A todos um excelente fds!


 
 

terça-feira, 22 de março de 2011


Tempestividade

Bato a porta
Alguém aí?
Escuto passos
Mas as gargantas caladas

Novamente
Bato a porta
Vim ajudar!

Os passos cessam
Os sussurros começam

Bato a porta
Serei breve!
Nada acontece

Retiro-me
Entristecido

Instantes depois
A porta se abre
E quem estava dentro
Percebe

O que só tempo
É catedrático ao dizer
Já é tarde demais

Roldan Alencar, 17 de Dezembro de 2010 Campo Grande - MS

segunda-feira, 21 de março de 2011

Riram

Riram de mim
Riram de vós
Riram daqueles que nem vieram
Riram dos que nunca virão

É a sina do universo
Não ter explicação

Porque se o seu riso
For revelado
O véu da alegria
Será rasgado

E a tristeza vingará
E chorarás
Até os confins da terra




Roldan Alencar, 29 de dezembro de 2010. Campo Grande-MS

quarta-feira, 16 de março de 2011


Vulgar

Eu te amo não é bom dia
Que se dá aos quatro ventos
Eu te amo não é
Frase que se busca no
Acervo da memória
Para enaltecer
Alguém

Amar não é ser agradável
Tampouco fazer o que outro deseja
Ou ainda expelir palavras pueris
Que soam doces


Dizer Eu te amo
Num tom leviano
É pior que destilar
Palavras ofensivas
Embora sinceras

Assim
Somos vulgares
Desde de um olhar
Até um sonoro
EU TE AMO!

Roldan Alencar, 16 de março Campo Grande-MS

terça-feira, 15 de março de 2011


Mundo perfeito

Ontem meu mundo estava perfeito
Sem tristezas, sem defeitos e sem problemas
Mas hoje acordei diferente
Vejo as coisas diferentes
Parece que tudo está errado
As coisas já não são tão bonitas
O sol que antes aquecia agora queima
O frio que refrescava agora congela
A flor está murcha e a pintura pálida
Não sei o porquê?
Mas, amanhã meu mundo voltará a ser perfeito
Sei lá acho que acordei com o pé esquerdo.





Roldan Alencar, 29 de Novembro de 2010. Campo Grande-MS

segunda-feira, 14 de março de 2011

Do que é meu

Daquilo que já não é
De tudo que um dia eu imaginei
Dos dissabores e amores
Do que eu tive e do que eu não tive
Você foi e é o meu maior triunfo
Este que nenhum sopro de vento levará
E nem mesmo a morte findará.

Roldan Alencar, 17 de Dezembro de 2010 Campo Grande

domingo, 13 de março de 2011


Quero-te...

Não por conveniência
Nem por sanha
Talvez por desejo
Por fortuidade
Não sei o porquê
Por não saber querer outra
Se não Tu
Por acordar e
Logo
Imaginar sua
Face
E interpelar
Onde estás?
Por acordar
Olhar
Para o lado
E não encontrá-la



Roldan Alencar, 17 de dezembro de 2010 Campo Grande - MS

sexta-feira, 11 de março de 2011

O Bicho

       Agora fiquei pensando até onde vai nosso "valor humano". É fácil gostar quando tudo está bem. É fácil gostar quando se é bonito e agradável. Repugnamos o feio, o sujo! Sabemos dar amor a quem nos dá amor ( e olhe lá). Tanto se fala na Lei de Hamurabi de milênios e nada mudou. Só retribuimos. A diferença é que estamos "um pouco" mais "urbanizados"ou "socializados". As condutas todas se revelem positivas ou negativas e sempre existe a reação. E quando a reação não é externa, ela ocorre dentro da gente. Se alguém nos faz alguma coisa (positiva ou negativa) e não reagimos guardamos, por exemplo, rancor. E esse rancor fere. Ficamos doentes, extravasar, às vezes, é preciso (emergencial). Neste aspecto sou a favor do "palavrão". Parece que se não falarmos um palavrão que muitas vezes é uma palavrinha ficamos com uma bomba no peito.

         É, e dizem que o mal do século é a depressão. Isso no século XX, estamos no XXI. Será que ainda é? Acredito que agora estamos mais atentos a problemas dessa ordem. Mas sempre sofremos desse mal, talvez no passado as pessoas ficavam loucas e o dignóstico era loucura mesmo. Hoje o diagnóstico é depressão e a solução é o PROSAC. E quanto ao valor humano que citei e tão rapidamente fugi ao tema? É estranho (adoro escrever isso) como eu tenho dificuldade em ser direto nos assuntos. Mas retornando, eu me questiono sobre o nosso papel na sociedade. Se imaginássemos a vida como uma grande  peça teatral em qual papel você imaginaria estar? Nesta analogia, você seria a ator principal, que faz acontecer, é o alvo das atenções. Talvez o codjuvante, embora, não tenha muitos olhos, você é essencial. Ou você dita as regras, Dá as cartas do jogo.  É o  roteirista, o escritor ou o direitor. Mas também pode ser um singelo auxiliar de palco. Ou  ainda, da platéia do tipo que só observa e deixa tudo passar. 

         Podemos enquadrar nesta brincadeira personalidade, status social e outras coisas que se eu fosse um sociólogo ou psicólogo eu diria. Prosseguindo, qual o valor que você dá para cada integrante da peça? Você se identificou com qual? Se (num esquema lógico) o escritor fosse mais importante que o auxiliar de palco, o escritor seria um ser humano melhor que o auxiliar de palco? Agora você questiona, nossa Roldan "quem tá falando em um ser melhor que o outro". Aí está o cerne da questão. Se ninguém é melhor que ninguém porque alguns são humilhados e outros enaltecidos. Porque um ladrão de galinhas é preso, e o Maluf  diz ser inocente na sala de estar dele que deve custar alguns milhares de reais.

        Se todos são iguais (como preceitua nossa linda carta Magna) porque existe tanta desigualdade? Aliás, você há de convir que é impossível resolver todo o problema (seja a ordem que for). Eu concordo. Podemos pensar se dependesse de mim, seria tudo diferente! Seria mesmo? Pensando friamente, se eu controlasse tudo (num sentido bem genérico) acredito que as coisas estariam bem pior. OK. Mas aonde eu quero chegar com toda essa ladainha? Nem eu sei. Tô escrevendo porque tive vontade. Mas no fundo, tenho a esperança de um mundo melhor. E agora me veio a memória uma  célebre frase dita por minha  sábia mãe (muito ajuda, quem não atrapalha). 


         Enfim, se não podemos salvar o mundo, então, ao menos, sejamos melhores. Se não somos filantrópicos, se não temos dinheiro para doar, se não temos tempo para contribuir com próximo. Se não temos o dom para curar. Então evitemos jogar lixo na rua, evitemos brigas e discussões tolas, evitemos olhares amargos, evitemos desqualificar pessoas sem ao menos conhecê-las (tenho esse mal =/ ). Talvez com ações omissivas possamos tornar a Épica Arte de Viver menos árdua e possamos acreditar realmente que vale muito a pena viver e que podemos SIM fazer a diferença, mesmo que essa diferença seja em nós!


Abaixo, um texto de Manuel Bandeira:

O Bicho 

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.


Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.


O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.


O bicho, meu Deus, era um homem.

Ao poeta Chico Buarque


       Chico, um dos grandes intérpretes do Brasil. Cronista do cotidiano. O carnaval, a malandragem. Crítica política. Trovador do amor e poeta de fantasias. Diversidade de ritmos e temas. Grande compositor. Escritor. Literato. Convido a assistirem a um vídeo dedicado a Chico, com um poema em homenagem a ele, escrito usando títulos e versos de suas canções, alusões biográficas, ao fundo música e imagens de grande sensibilidade.

quarta-feira, 9 de março de 2011



Irresistível é

É claro
Refletir é preciso
Pensar sobre o que você fez
E o que irá fazer é essencial

Perguntamos o que fizeram por mim?
Mas o que fazemos para os outros?
Ninguém vive por si só
Por mais que o egocentrismo seja perverso
Ninguém deseja ir para um alto cume
E por lá ficar até morrer

Viver é interagir
Interagir é conhecer
Conhecer é sentir
Sentir é reagir
Reagir é o impulso

E este impulso é o que nos tira da inércia
Todos os dias nos faz levantar
E muitas vezes o que mais desejamos é não sair da cama

Viver é irresistível
Até para o mais fraco
Até quando imaginamos
Não haver mais razão para isso

Lutamos pela vida
Lutamos contra as mazelas
Lutamos contra a cegueira
Lutamos contra nós mesmos


Não existimos
Coexistimos!


Roldan Alencar, 06 de março de 2011. Londrina.

sexta-feira, 4 de março de 2011


Como seria...

Se o céu não fosse azul
E o Sol fosse cinza
As nuvens sem cor
As estrelas fossem redondas e opacas
A Terra fosse eqüilátera
E os quatro confins do mundo abismos


Sem rancor, nem dor
Sem tédio, nem remédio
Sem moral
Sem dinheiro e devaneios


Sem o John sem o Lennon
Sem Mahatma nem o Gandhi
Sem o Elvis nem o Presley
Sem mim sem você


Por Roldan Alencar. Campo Grande, 21 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 3 de março de 2011

quarta-feira, 2 de março de 2011

Sabedoria do Viver


Sabedoria do Viver

Quis me enveredar pelo caminho da sabedoria
Quis me afastar das estultices infantis
Quis ser sóbrio e sábio

Empenhei anos amargos de estudos
Evitei amizades
Amores
Sabores

Agora sou catedrático
E tudo que tenho a lhe oferecer
Está nesta folha

Sou leigo no amor
Na amizade
Na felicidade
Na vida

E a criança na mais tenra idade
Sabe muito mais do que eu
Perdi o equilíbrio da sensatez
Sobrevivo



Procuro depois de tanto tempo
O que nenhuma universidade pode me ensinar
Procuro viver!

Por Roldan Alencar. 28 de fevereiro de 2011. Campo Grande-MS
"Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar."

Clarice Lispector