Agora fiquei pensando até onde vai nosso "valor humano". É fácil gostar quando tudo está bem. É fácil gostar quando se é bonito e agradável. Repugnamos o feio, o sujo! Sabemos dar amor a quem nos dá amor ( e olhe lá). Tanto se fala na Lei de Hamurabi de milênios e nada mudou. Só retribuimos. A diferença é que estamos "um pouco" mais "urbanizados"ou "socializados". As condutas todas se revelem positivas ou negativas e sempre existe a reação. E quando a reação não é externa, ela ocorre dentro da gente. Se alguém nos faz alguma coisa (positiva ou negativa) e não reagimos guardamos, por exemplo, rancor. E esse rancor fere. Ficamos doentes, extravasar, às vezes, é preciso (emergencial). Neste aspecto sou a favor do "palavrão". Parece que se não falarmos um palavrão que muitas vezes é uma palavrinha ficamos com uma bomba no peito.
É, e dizem que o mal do século é a depressão. Isso no século XX, estamos no XXI. Será que ainda é? Acredito que agora estamos mais atentos a problemas dessa ordem. Mas sempre sofremos desse mal, talvez no passado as pessoas ficavam loucas e o dignóstico era loucura mesmo. Hoje o diagnóstico é depressão e a solução é o PROSAC. E quanto ao valor humano que citei e tão rapidamente fugi ao tema? É estranho (adoro escrever isso) como eu tenho dificuldade em ser direto nos assuntos. Mas retornando, eu me questiono sobre o nosso papel na sociedade. Se imaginássemos a vida como uma grande peça teatral em qual papel você imaginaria estar? Nesta analogia, você seria a ator principal, que faz acontecer, é o alvo das atenções. Talvez o codjuvante, embora, não tenha muitos olhos, você é essencial. Ou você dita as regras, Dá as cartas do jogo. É o roteirista, o escritor ou o direitor. Mas também pode ser um singelo auxiliar de palco. Ou ainda, da platéia do tipo que só observa e deixa tudo passar.
Podemos enquadrar nesta brincadeira personalidade, status social e outras coisas que se eu fosse um sociólogo ou psicólogo eu diria. Prosseguindo, qual o valor que você dá para cada integrante da peça? Você se identificou com qual? Se (num esquema lógico) o escritor fosse mais importante que o auxiliar de palco, o escritor seria um ser humano melhor que o auxiliar de palco? Agora você questiona, nossa Roldan "quem tá falando em um ser melhor que o outro". Aí está o cerne da questão. Se ninguém é melhor que ninguém porque alguns são humilhados e outros enaltecidos. Porque um ladrão de galinhas é preso, e o Maluf diz ser inocente na sala de estar dele que deve custar alguns milhares de reais.
Se todos são iguais (como preceitua nossa linda carta Magna) porque existe tanta desigualdade? Aliás, você há de convir que é impossível resolver todo o problema (seja a ordem que for). Eu concordo. Podemos pensar se dependesse de mim, seria tudo diferente! Seria mesmo? Pensando friamente, se eu controlasse tudo (num sentido bem genérico) acredito que as coisas estariam bem pior. OK. Mas aonde eu quero chegar com toda essa ladainha? Nem eu sei. Tô escrevendo porque tive vontade. Mas no fundo, tenho a esperança de um mundo melhor. E agora me veio a memória uma célebre frase dita por minha sábia mãe (muito ajuda, quem não atrapalha).
Enfim, se não podemos salvar o mundo, então, ao menos, sejamos melhores. Se não somos filantrópicos, se não temos dinheiro para doar, se não temos tempo para contribuir com próximo. Se não temos o dom para curar. Então evitemos jogar lixo na rua, evitemos brigas e discussões tolas, evitemos olhares amargos, evitemos desqualificar pessoas sem ao menos conhecê-las (tenho esse mal =/ ). Talvez com ações omissivas possamos tornar a Épica Arte de Viver menos árdua e possamos acreditar realmente que vale muito a pena viver e que podemos SIM fazer a diferença, mesmo que essa diferença seja em nós!
Enfim, se não podemos salvar o mundo, então, ao menos, sejamos melhores. Se não somos filantrópicos, se não temos dinheiro para doar, se não temos tempo para contribuir com próximo. Se não temos o dom para curar. Então evitemos jogar lixo na rua, evitemos brigas e discussões tolas, evitemos olhares amargos, evitemos desqualificar pessoas sem ao menos conhecê-las (tenho esse mal =/ ). Talvez com ações omissivas possamos tornar a Épica Arte de Viver menos árdua e possamos acreditar realmente que vale muito a pena viver e que podemos SIM fazer a diferença, mesmo que essa diferença seja em nós!
Abaixo, um texto de Manuel Bandeira:
O Bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Qual integrante desta peça, nem eu sei ao certo quem sou, e o que cada um é e representa. Mas estou convicta de que o grande escritor da mesma é algo muito superior a nós, e se “ele” nos coloca em pé de desigualdade, algum motivo muito plausível, acredite, ele tem! Só que é da nossa própria natureza tentar mudar esse status que nos é conferido. Seja para o bem ou para o mal. Uns evoluem, outros estagnam. Parafraseando... uns fazem a diferença nesta “épica arte da vida”, e outros permanecem bichos. E agora lhe respondendo a primeira pergunta... “Até onde vai o nosso valor humano?” posso dizer que é infinito, só depende do quanto você quer evoluir e ajudar os mesmos bichos à acompanharem seu raciocínio.
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