domingo, 15 de maio de 2011

Vento de Esmero

            Qual vento de esmero soprou-me? Não és nem ganho de conquista, inda menos sorte palpitada. Da terra brotando as rebeldes daninhas saem florescentes flores serranas, aparência miúda, tímidas de encontro, julgadas ao meu anônimo. Desta imagem arranco meu plano desregrado. Cri ser feliz no só, insólito ao alheio, diferente de qualquer com dois olhos, dois ouvidos e outros pares que dividem-se em outro ou outra para as pazes, mesmo que não brigadas. Mas tu me vens e me arrancas do meu recanto e me traz a tormenta da divisão. Regando a mim, regando a ti. Brotando em mim com os galhos chegando a ti. Agora tu me encarceras nessas celas fantasmagóricas, imaginário ferro, no real vento que nos puxa aos sorrisos. 

Roldan Alencar 13 de janeiro de 2010

2 comentários:

  1. Wow! Além da beleza, da sofisticação, da verdade, encontrei identificação. Já colei no meus arquivos.

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Clarice Lispector