quinta-feira, 25 de agosto de 2011


Nunca

Fala-se em paz
Fala-se em amor
Comentam sobre o capitalismo
E satirizam o socialismo

Discorrem à respeito
Da depressão
E dos tufões
E dos tornados
Da natureza
E os da vida mesmo

Brincam com as palavras
Pisam nos humanos
E cospem no prato
Santo de cada dia

E pensam que o nunca
Está longe demais
Para acontecer

O nunca é abstrato demais
Para se imaginar

Mas a lei do tempo
E da vida
Não é conhecimento comum
E talvez nunca conheçamos

Guardem essas palavras

O nunca é impossível
Tão intangível quanto
Uma imagem
Presa dentro de uma caixa
Há um século


Roldan Alencar, 27 de maio de 2011. Campo Grande-MS


terça-feira, 23 de agosto de 2011

INSÔNIA

Nada mais justo
Do que falar algo com propriedade
Quisera eu falar de quimeras invernais
Sem jamais cruzar um paralelo
Mas se nem tudo são flores
E nem tudo são amores
Proponho-me a falar da ausência crônica de sono
Pertinente tema
Que atordoa a vida de notívagos
Que às vezes se acham
Tais quais morcegos ou corujas
No mais puro ânimo
Coragem para fazer tudo
Mesmo que seja no arpejo noturno
Não obstante ao caleidoscópio solar que
Timidamente começa tilintar
Nas retinas que captam isso como um estigma
De que já é hora
De o sono cair e o dia nascer
E a insônia prudente de si
Aguarda seu momento
No intento de jamais
Desrespeitar a claridade
Que venha o sono
E a insônia ressoa:
Que venha a escuridão

terça-feira, 9 de agosto de 2011


Attrende

Come spiegare senza volere una reazione
E un gioco
Spinto da un impulso che
dove
Nessuno conosce l'origine
Oppure, se si sa
Non decifrato le coordinate

Come spiegare un intenso desiderio
E una distanza colossale
Anche se il prossimo

Come spiegare un aria fredda
Un giorno, in entrambe calore
Come conservare

E come agire
e rispondere
Se il controllo interno
Non esplicita nella esterno
Attrende!
Questo es un simples sfogo

Roldan Alencar

domingo, 7 de agosto de 2011


Cala-te

Escute a melodia
Não faça nenhum ruído
Aprecie as entranhas
Da natureza

Cala-te

O vento sopra as folhas
E a ribanceira desce
Os insetos cantam
É o som do mato

Cala-te

Somente aprecie
A orquestra tocando
Iluminada por estrelas
De brilho ímpar
Refrescada
Pelo orvalho
Que cai lentamente

Cala-te

Alvorada vem
Isso não anuncia o final do festival
Mas o recomeço
De outro movimento
Quem sabe em outro tom
Com luzes ainda mais fortes
E ares ainda mais vívidos



Roldan Alencar, 29 de dezembro de 2010. Campo Grande-MS

quarta-feira, 3 de agosto de 2011


“NÃO DEVEMOS NOS ORGULHAR DE SER MELHORES DO
QUE OS OUTROS, E SIM MELHORES DO QUE JÁ FOMOS.”
JAMES C. HUNTER
"Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar."

Clarice Lispector