quinta-feira, 25 de agosto de 2011


Nunca

Fala-se em paz
Fala-se em amor
Comentam sobre o capitalismo
E satirizam o socialismo

Discorrem à respeito
Da depressão
E dos tufões
E dos tornados
Da natureza
E os da vida mesmo

Brincam com as palavras
Pisam nos humanos
E cospem no prato
Santo de cada dia

E pensam que o nunca
Está longe demais
Para acontecer

O nunca é abstrato demais
Para se imaginar

Mas a lei do tempo
E da vida
Não é conhecimento comum
E talvez nunca conheçamos

Guardem essas palavras

O nunca é impossível
Tão intangível quanto
Uma imagem
Presa dentro de uma caixa
Há um século


Roldan Alencar, 27 de maio de 2011. Campo Grande-MS


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