segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Olhe para o céu | poesia



O CÉU

Há quanto tempo não olho para o céu
Enxergar, enxergo todos os dias
Mas não o contemplo
Não dou a devida atenção
Ouço os sons dos pássaros
Mas não escuto as suaves melodias

Talvez o cinza da fumaça urbana
e o barulho caótico dos carros
Tenham afetado meus sentidos

Preciso parar um pouco e lembrar
Que o tempo é efêmero
E que apreciar o céu é uma dádiva
Um instante que pode durar uma eternidade

Roldan Alencar

Meu Sol e Dia a Dia, Lado a Lado - Da série vale a pena escutar


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Tomara




Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais


Vinicius de Moraes

Ela Une todas as Coisas - Jorge Vercillo


sábado, 20 de fevereiro de 2016

TALVEZ


E quando da inviável  escolha do mal menor
Surgir uma celeuma que recai como ribanceira
No ato da escolha
Sejamos livres para nos perder
Porque todos se perdem
Ou irão se perder
E ninguém está isento
Mesmo o unguento
De responder pelo que fez
Seja pela razão ou emoção
Pelo dolo ou pela culpa
Se há perdão ou condenação não cabe a mim responder
Mas apenas entender
Que entre um sim e um não
Existe o talvez

Roldan Alencar

Homenagem à Umberto Eco



O NOME DA FLOR

Existem tulipas
Rosas, begônias e jasmins
Mas por que as chamamos assim?
A rosa não é rosa por ser rosa
Nem a espada-de-são-jorge
Por ser a arma do santo
Minhas flores não tem nome
Sequer são flores
Utilizo as palavras
Para que você leitor possa me entender
Elas apenas são
E como não sou botânico
Nem especialista em flores
Eu as contemplo sem pretensão
Não precisa identificar-lhes o nome ou profissão
Elas são o que são

Roldan Alencar
Barretos-SP
19-06-15

*Inspiração: O nome da rosa - Umberto  Eco (romance do escritor italiano 1932-2016) II nome della rosa

O ABRAÇO





Quanta ternura cabe num abraço
Ele traz afeto, calor
Ensina paz
Nos conforta...

Por um instante o mundo silencia
Ah, se as pessoas soubessem
o poder arrebatador de um abraço sincero

Desgrudariam um dos outros
Só para poder abraçar novamente!

Roldan  Alencar
"Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar."

Clarice Lispector