Somos bombardeados diariamente por milhares de informações. Infelizmente a maioria delas inúteis. Mas todas elas nos afetam mesmo que inconscientemente. Por isso é necessário discernir o que consumimos. Todos nós somos altamente influenciáveis.
O acesso a informação na era digital é muito fácil e por isso se transformou em vulgar. E digo isso no sentido de que não valorizamos de fato o que lemos.
Todos nós sabemos os passos para emagrecer, ganhar dinheiro, aprender um idioma. Mas estamos, realmente, dispostos a praticar o que aprendemos? Será que acreditamos no que vemos, lemos e ouvimos? E no cotidiano, nas conversas triviais e nos problemas caóticos do dia a dia, estamos realmente conscientes do que está acontecendo?
Essa reflexão veio a partir de uma frase que li de George Orwell:
"Ver o que está diante do nariz exige um esforço constante"
E com essa reflexão, adentro na distinção entre enxergar e ver. Palavras que podem ser consideradas sinônimas, mas podemos adentrar nas minúcias. Antoine de Saint Exupéry, autor do clássico – O Pequeno Príncipe nos ensina;
“Só se vê bem com os olhos do coração”Nesse sentido, "enxergar" significa simplesmente a faculdade de captar imagens pela retina. Vemos as coisas o tempo todo. Noutro giro, "ver" significa ter a consciência do que se está vendo. Pensar naquilo que se vê, prestar atenção.
E isso que estou falando já foi comprovado cientificamente. As áreas do cérebro que processam o "ver" e "enxergar" são diferentes.
Isso quer dizer que a parte do nosso cérebro que usamos para ver é uma e aquela que usamos para nos concentrar numa imagem é outra. Ou seja, nem sempre o que vemos é aquilo que estamos enxergando na realidade. Imagine então você de frente para um quadro surrealista de gênios como: Salvador Dali, Vladimir Kush ou Magritte e para figuras de duplo sentido como as de Rob Gonsalves; que brincam com a nossa mente e testam ao mesmo tempo nossa visão e percepção visual e nos confundem facilmente. Veja as imagens a seguir e tente descrever o que está vendo! (José Roberto Marques, in A Diferença entre Ver e Enxergar)
No mesmo artigo supracitado, Roberto Marques diz:
Para o cientista Masataka Watanabe, um dos maiores estudiosos do assunto, ver e enxergar são realmente ações muito diferentes. Para ele, ver está em aprofundar sua visão sobre o objeto visto e analisá-lo mais de perto. Já enxergar é apenas olhar sem avaliar com mais cuidado aquilo que se está enxergando. Quando estamos numa livraria, por exemplo, podemos dizer que ao folhear as páginas de um livro estamos apenas enxergando suas folhas, entretanto, quando passamos a ler suas páginas, estamos realmente vendo e interagindo com o conteúdo apresentado pelo autor.
Essa reflexão é tão rica que podemos fazer dezenas de constatações e implicações lógicas. Mas meu objetivo não é ser prolixo, justamente o contrário apenas trazer o tema a reflexão.
Que possamos ver muito mais do que enxergar.
Carpe Diem!
Roldan Alencar
p.s fiz algumas poesias que remetem a esse tema, basta clicar no link:
http://roldanalencar.blogspot.com.br/2015/10/
https://roldanalencar.blogspot.com.br/2018/03/formas.html
Leia também:
http://www.jrmcoaching.com.br/blog/a-diferenca-entre-ver-e-enxergar/
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/11/ver-e-enxergar-acionam-regioes-diferentes-do-cerebro-diz-estudo.html
https://roldanalencar.blogspot.com.br/2018/01/reflexao-do-dia.html
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