segunda-feira, 5 de junho de 2017

SOTURNO (poesia)

Saudações caro leitor!

Quem já leio algum texto meu sabe que sou otimista, prefiro falar sobre o amor, sobre a felicidade, sobre a coragem e sobre o tempo. Mas a vida é dura e vez ou outra nos deparamos com a tristeza e a melancolia, logo também escrevo sobre temas tristes. Mas no final eu sempre lanço mão de uma palavra de alento.

A tristeza é uma dor que pode ser efêmera ou duradoura, já a melancolia é um estado de consciência que leva seu portador a uma dor reiterada, que com tempo leva a depressão. É um amargor constante.

 Geralmente a melancolia vem de uma tristeza não curada ou mal curada.

E como eu disse, a dor é inevitável, mas a postura que temos diante dela pode ser moldada, trabalhada. E na poesia de hoje falo um pouco sobre isso.

Desejo a você, que me lê nesse exato momento, muita coragem para vencer seus desafios e superar todas as dores que vier!

"Que tenhamos  mais para agradecer do que reclamar!"

SOTURNO

Cai a noite
Mas o sono não vem
O que vem são os pensamentos
Indesejados

É o amor não correspondido
É o afago não dado
É a oportunidade perdida
A palavra ríspida do colega
É o tédio de um dia apagado

Junto com os pensamentos
Um vazio
Uma tristeza
Parece que ela quer me acompanhar
Como numa canção de melancolia

Parece que o tempo corre
E eu corro sempre atrás
Sem jamais alcançá-lo
Como numa utopia

Mas o que será o tempo, senão uma abstração?
A natureza não marca horas, ela marca os ciclos.

Tempo de chuva, tempo de coleita
Tempo de frio, tempo de calor
O homem para facilitar as coisas
quis detalhar esses fenômenos cíclicos
Nem sempre dá certo

O fato é que o relógio
Criou um grande senso de urgência
Afinal
É pra agora
E não pra depois

A vida é agora, eu sei
Mas fico inerte
Eu reclamo que me falta tempo
Mas na verdade me falta é coragem

Coragem para aceitar que algumas coisas vem e outras vão
Coragem para receber quem vem e despedir-se de quem vai
Coragem para fazer o que tem que ser feito
E não só aquilo que eu quero

Todo sonho é feito de pequenas conquistas

Eu não quero ser triste
Sim, eu serei em alguns momentos
Mas que esses momentos sejam passageiros
Não quero a melancolia, eu quero a alegria

Alegria que contagia
E sobrepuja o mal
Que pode me assolar por uma noite
Mas não por uma vida inteira

Roldan Alencar




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Depende de quando e como você me vê passar."

Clarice Lispector