terça-feira, 26 de junho de 2018

Nunca é tarde | poesia de Bráulio Bessa

O tempo se escorrega
Despretenciosamente
Não há força que segure
Por mais que a gente tente
Cada minuto pra trás
Foi um que andou pra frente
E mesmo correndo doido
Nesse galope feroz
Vez por outra ele amansa
E deixa de ser algoz
Inté parece que diz:
Dá tempo de ser feliz
Pois nunca é tarde para nós
Nunca é tarde para viver
E aprender com a vida
Pra perceber que a estrada
Nem sempre será florida
E que sempre há uma cura
Até pra pior ferida
Nunca é tarde para o rancor
Se transformar em perdão
Pra perceber que nem sempre
Você tem toda razão
Pra sentir mais com a mente
E pensar mais com o coração
Nunca é tarde para ser bom
Quando a maldade chegar
Nunca é tarde pra sorrir
Quando a lágrima rolar
Nunca é tarde pra ser forte
Quando o corpo fraquejar
Acredite, nunca é tarde
Pra abraçar um amigo
Pra proteger um estranho
Que tá correndo perigo
Nunca é tarde pro seu peito
Se tornar um grande abrigo
Nunca é tarde para plantar
Uma árvore no chão
Nunca é tarde para ser grato
Por nunca faltar o pão
E aprender a dividi-lo
Com quem não tem nenhum tostão
Nunca é tarde para sonhar
Em algo quase impossível
Entender que a esperança
Nem sempre será visível
Nunca é tarde para o fraco
Se torna um imbatível
Imbatível como o tempo
Que todo dia avisa
Que a conta que ele faz
Quase sempre é imprecisa
E até a calculadora
Não sabe e fica indecisa
A conta de quando
A peça da vida sai de cartaz
Onde o ator principal é você
E ninguém mais
O tempo é um segredo
E acredite, é muito cedo
Pra dizer tarde demais.

Escute: https://www.youtube.com/watch?v=iVjhtVxZNH0

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"Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
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